Irã diz que não haverá negociações nucleares sob fogo israelense

País se reunirá com representantes europeus nesta sexta-feira

Israel disse que, pelo menos, duas dúzias de civis israelenses foram mortos
20 de Junho de 2025 - 16h48

O Irã disse nesta sexta-feira (20) que não discutirá o futuro de seu programa nuclear enquanto estiver sob ataque de Israel, ao passo que a Europa tentava persuadir Teerã a voltar às negociações e os Estados Unidos consideravam a possibilidade de se envolver no conflito.

Uma semana depois de começar a atacar o Irã, os militares de Israel disseram que realizaram novos ataques a dezenas de alvos militares durante a noite, incluindo locais de produção de mísseis e uma organização de pesquisa envolvida no desenvolvimento de armas nucleares em Teerã.

O Irã lançou pelo menos uma nova barragem de mísseis na madrugada a desta sexta-feira, atingindo apartamentos residenciais, prédios de escritórios e instalações industriais na cidade de Beersheba, no sul de Israel.

A Casa Branca disse na quinta-feira (19) que o presidente Donald Trump decidiria "se vai ou não vai" envolver os EUA no conflito nas próximas duas semanas, citando a possibilidade de negociações envolvendo o Irã em um futuro próximo.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse nesta sexta-feira que não há espaço para negociações com a superpotência aliada de Israel, os Estados Unidos, "até que a agressão israelense pare".

Mas ele deverá se reunir com os ministros das Relações Exteriores da Europa em Genebra no final desta sexta-feira para conversações nas quais a Europa espera estabelecer um caminho de volta à diplomacia sobre o programa nuclear do Irã.

Dois diplomatas disseram, antes da reunião envolvendo França, Reino Unido, Alemanha e a chefe de política externa da União Europeia, que Araqchi seria informado de que os EUA ainda estão abertos a conversações diretas. As expectativas de um avanço são baixas, segundo os diplomatas.

Israel começou a atacar o Irã na última sexta-feira, dizendo que seu inimigo de longa data estava prestes a desenvolver armas nucleares. O Irã, que afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos, retaliou com ataques de mísseis e drones contra Israel.

Acredita-se amplamente que Israel tenha armas nucleares, embora o país não negue nem confirme.

Os ataques aéreos israelenses mataram 639 pessoas no Irã, de acordo com a Human Rights Activists News Agency, uma organização de direitos humanos com sede nos EUA que acompanha o Irã. Entre os mortos estão membros do alto escalão das Forças Armadas e cientistas nucleares.

Israel disse que, pelo menos, duas dúzias de civis israelenses foram mortos em ataques com mísseis iranianos.

A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos de nenhum dos lados. Os detalhes das vítimas dos últimos ataques não foram conhecidos imediatamente.

FONTE: EBC