Protagonismo feminino marca CPNU 2, com mais de 24 mil mulheres classificadas para provas discursivas

Um dos destaques desta edição é a quantidade de mulheres que passaram para a segunda fase do certame

O resultado reflete o impacto da ação afirmativa de equidade de gênero e confirma o protagonismo feminino
9 de Dezembro de 2025 - 20h33

OConcurso Público Nacional Unificado (CPNU 2), em sua segunda edição, reforça o compromisso do Governo do Brasil com a inclusão, acessibilidade e equidade. Um dos destaques desta edição é a quantidade de mulheres que passaram para a segunda fase do certame. Das 42.499 pessoas aprovadas e convocadas para as provas deste domingo (7/12), 24.275 são mulheres, o que representa 57,12% do total. E 18.217 homens farão a segunda fase (42,86%).

O resultado reflete o impacto da ação afirmativa de equidade de gênero e confirma o protagonismo feminino na disputa pelas vagas do serviço público federal. O CPNU 2 aprofundou as medidas para promover um maior equilíbrio entre mulheres e homens na disputa pelas vagas.

EQUIPARAÇÃO NUMÉRICA — O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) implementou a ação afirmativa para garantir que, quando mulheres representassem menos de 50% das pessoas classificadas em um cargo, fosse aplicada a equiparação numérica, desde que as candidatas tivessem alcançado o mínimo de acertos exigido.

A equiparação não retira vagas de nenhum homem aprovado, que permanecem classificados. A medida chama mais mulheres elegíveis para a segunda fase, ampliando a pluralidade.

EQUILÍBRIO — Um exemplo do impacto da medida é o cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa do Bloco 7. Antes da equiparação, havia 888 mulheres e 1.490 homens classificados. Com a ação afirmativa, 731 mulheres adicionais foram incluídas, garantindo o equilíbrio na participação para a fase discursiva.

A decisão busca corrigir uma distorção observada no CPNU 1, onde, apesar de as mulheres serem a maioria nas inscrições (56%) e terem uma presença expressiva na prova (54%), somaram apenas 37% das aprovações finais.

REGIÕES — Em diversas Unidades da Federação, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, as mulheres são maioria entre as classificadas. A proporção feminina também se destaca em estados como Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.

Regionalmente, o protagonismo feminino se confirma:

Sudeste: 8.340 mulheres classificadas

Nordeste: 6.784 mulheres classificadas

Centro-Oeste: 6.115 mulheres classificadas

Norte: 1.674 mulheres classificadas

Sul: 1.362 mulheres classificadas

BLOCOS TEMÁTICOS — A participação feminina se distribui de forma ampla pelos blocos temáticos, com maior concentração nas áreas com mais vagas e inscrições:

Bloco 5 – Administração: 6.070

Bloco 1 – Seguridade Social: 5.316

Bloco 9 – Agências Reguladoras (intermediário): 3.120

Bloco 4 – Engenharia e Arquitetura: 2.193

Bloco 6 – Desenvolvimento Socioeconômico: 2.067

Bloco 3 – Ciência, Dados e Tecnologia: 1.682

Bloco 7 – Justiça e Defesa: 1.619

Bloco 8 – Saúde (intermediário): 1.217

Bloco 2 – Cultura e Educação: 991

DIVERSIDADE AMPLIADA — Além da equidade de gênero, o CPNU 2 consolida o compromisso do Governo do Brasil em construir um serviço público mais representativo , sendo o primeiro concurso público federal a aplicar integralmente a nova Lei de Cotas (Lei nº 15.142/2025). Ao todo, 35% das vagas do concurso são destinadas a ações afirmativas:

Pessoas negras: 25% das vagas

Pessoas com deficiência: 5% das vagas (conforme Lei nº 8.112/1990)

Pessoas indígenas: 3% das vagas

Pessoas quilombolas: 2% das vagas

O CPNU 2 recebeu 252.596 inscrições homologadas nas modalidades de cotas. Entre as pessoas aprovadas para a segunda fase, as listas contemplam todas as modalidades de cotas, incluindo:

14.651 nas cotas para pessoas negras

4.194 nas cotas para pessoas com deficiência

636 nas cotas para pessoas indígenas

616 nas cotas para pessoas quilombolas

ACESSIBILIDADE — O concurso também garante igualdade de condições para pessoas candidatas com necessidades específicas por meio de ações de acessibilidade e atendimento especializado. O edital prevê uma série de adaptações razoáveis e o fornecimento de tecnologias assistivas, como provas em braile e videoprova em Libras, e condições específicas, como mesas adaptadas para pessoas em cadeira de rodas.

Situações como o direito de gestantes e lactantes a atendimento especializado também estão contempladas. Haverá salas para amamentação para mães com filhos de até seis meses, que solicitaram previamente e comparecerem acompanhadas de um adulto responsável. Gestantes puderam solicitar medidas adicionais de conforto e segurança.

Pessoas que fazem uso de marca-passo, bombas de insulina, pinos cirúrgicos ou outros dispositivos metálicos, bem como aquelas com doenças infectocontagiosas, também foram orientadas previamente e têm direito a atendimento especializado.

A CARA DO BRASIL — Além da inclusão e da diversidade, o CPNU 2 democratiza territorialmente o acesso às carreiras públicas ao permitir que as provas sejam realizadas em um raio de até 100 km da residência da pessoa candidata. Nesta edição, a aplicação dos exames está garantida em todos os 228 municípios, cobrindo todas as regiões do país, e há pessoas aprovadas para a segunda fase em todos os estados e no Distrito Federal.

oto: Vitor Vasconcelos / Secom / PR